Vasco Santana



Nome completo: Vasco António Rodrigues Santana

Nasceu: 1898-01-28 · Morreu: 1958-06-13

Local de nascimento: Lisboa
Local de óbito: Lisboa
Nacionalidade: Português
Dados adicionais:

Actor.
Filho do escritor Henrique Santana (Lisboa, 8 de Outubro de 1873 - ?) e de sua mulher Maria Filomena Rodrigues (1875 - 1957), filha de António Henriques Rodrigues, e sobrinho de Maria Laura Santana, casada com o também escritor Luís Galhardo.
Foi pai de outro conhecido actor português, Henrique Santana, de João Vasco Martins Santana e do produtor da RTP José Manuel Santana, do seu primeiro casamento a 19 de Julho de 1921 com Arminda Martins. Foi casado segunda vez com a também actriz Mirita Casimiro.
Adorado pelo povo português, Vasco Santana será, para todo o sempre, um marco incontornável da arte da representação. Actor genial, ao nível dos maiores do mundo, marcou para sempre a comédia à portuguesa. De enorme sensibilidade, dotado de invulgares técnicas teatrais, transformou-se num mito do cinema nacional. É impossível esquecer a sua famosa dupla com Laura Alves ou as suas célebres frases, marcas do cinema português e das nossas vidas.
As pegadas deste gigante da representação fazem-se sentir na rádio, no cinema e no teatro. Existem centenas de imagens e sons que se atropelam para exibir a obra deste magnifico actor e ao mesmo tempo exibir o melhor da representação em Portugal. As linhas da sua biografia não valem uma cena de um dos seus filmes. A arte sempre lhe correu pelas veias, por isso desistiu do curso de arquitectura e seguiu a paixão pela pintura, frequentando a Escola de Belas-Artes. Mas não foi a desenhar ou a pintar telas que Vasco Santana alcançou a fama e se tornou célebre. Foi na arte da representação.
Aos 19 anos, depois de repetidamente ver a peça O Beijo, de Arnaldo Leite e Carvalho Barbosa, no Teatro Avenida, Vasco Santana é convidado a substituir o actor Artur Rodrigues e, assim, faz, no ano de 1917, a sua primeira estréia teatral pública, com o papel de Palavreado. Devido ao seu inesgotável talento, a representação não podia ser outra coisa senão um êxito. Daí em diante nunca mais parou. Com as suas habituais manobras de genialidade no palco, levava ao delírio centenas de admiradores.
Vasco Santana abandona então o curso de belas-artes e dedica-se exclusivamente à carreira dramática, fazendo longas temporadas no Teatro São Luiz e viajando ao Brasil em digressões das companhias teatrais em que trabalhava.
Enalteceu a comédia onde alcançou o estatuto de estrela de cinema, protagonizando filmes como A Canção de Lisboa, de 1933, em que contracena com Beatriz Costa e António Silva; O Pai Tirano, em 1941, em que faz dupla com Ribeirinho e no qual com a sua brilhante actuação protagoniza a acção e cria situações brilhantes e inigualáveis de um humor extremo; e O Pátio das Cantigas, em 1942, em que concebe alguns dos seus mais bem sucedidos trabalhos no cinema, como o monólogo com o candeeiro ou os diálogos com António Silva carregados e repletos de trocadilhos - “Ó Evaristo, tens cá disto?”...
A representação teatral acompanhou-o durante toda a sua carreira, fazendo-o quase até ao fim da sua vida, e, cada vez que subia ao palco, oferecia ao público a alegria e a boa-disposição que lhe eram intrínsecas, demonstrando o seu carácter pícnico. Mas Vasco Santana não fez só comédias, entrou também em algumas peças dramáticas, como “Três Rapazes e Uma Rapariga”. Brilhou de igual maneira transmitindo grande humanidade às personagens. Tinha talento nato, mas também dominava as técnicas de representação e sabia como ninguém improvisar. O multifacetado actor, que também conheceu o sucesso na rádio, criou personagens como Zequinha, da série O Zequinha e a Lelé, com Irene Velez, nos anos de 1947 e 1948.
A 17 de Janeiro de 1946 foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.
[Fonte: Wikipedia]