Bárbara Virgínia



Nome completo: Maria de Lourdes Dias Costa

Nasceu: 1923-11-15 · Morreu: 2015-03-07

Local de nascimento: Lisboa
Local de óbito: São Paulo, Brasil
Nacionalidade: Portuguesa
Sítio internet: http://www.apaladewalsh.com/2016/11/barbara-virginia-um-caso-insolito-no-cinema-portugues/
Dados adicionais:

Realizadora
Filha única duma família da burguesia lisboeta, Maria de Lurdes Dias Costa inscreveu-se no Conservatório de Lisboa para estudar canto, piano, teatro e dança, e terá sido ainda com este nome que, aos 15 anos, se estreou aos microfones da Emissora Nacional. Mas é já como Bárbara Virgínia que, uma vez saída do conservatório, se afirma na então Emissora Nacional, interpretando trechos de ópera e declamando poemas. Trabalha no teatro S. Carlos executando dança clássica. Foi colaboradora da revista "Modas e Bordados". A sua estreia no teatro, dá-se na companhia de Alves da Cunha, com a peça "O Ladrão". Participa em várias revistas da época, pois era hábito na altura o teatro de revista, incluir sempre um número de bailado ou de declamação, interpretados por artistas de formação clássica, como ela própria. A sua popularidade aumenta com a estreia do filme "Sonho de Amor", de Carlos Porfírio, onde Bárbara interpreta um dos principais papéis. A 30 de Agosto de 1946, estreava-se nas salas de cinema de Lisboa o filme «Três Dias sem Deus». Um acontecimento especial, dado o facto de a película ter sido dirigida por uma mulher - a primeira em Portugal a realizar um filme sonoro, e tudo isto com apenas 22 anos de idade. Mas, na verdade, Bárbara Virgínia não se limita a realizar «Três Dias sem Deus» - o que já não seria pouco! -, ela é também a principal protagonista deste filme cujo enredo explora a tensão entre um mundo nocturno, rural e supersticioso, personificado pela bruxa Bernarda, e um outro mundo, este solar, representado por Lídia, que acredita no diálogo, no saber escolar e que tem do campo uma visão bucolicamente normalizada. «Três Dias sem Deus» foi escolhido para, ao lado de «Camões» de Leitão de Barros, representar Portugal no Festival de Cannes que, em Outubro desse ano de 1946, se realizou pela primeira vez. Embora não volte mais à realização, Bárbara Virgínia, via dando provas da sua versatilidade: asua carreira na rádio, onde dá voz ao popular programa «Comboio das Seis e Meia», e recebe aplausos pelas suas interpretações teatrais seja na Companhia Alves da Cunha ou na opereta de Silva Tavares «Sua Majestade o Amor». Simultaneamente, interpreta poesia em alguns recitais. E é precisamente no final dum recital que deu no Teatro S. Luís que um empresário brasileiro lhe propõe partir para o Brasil onde, garante-lhe, «faria grande sucesso». Parte assim para o Brasil onde segue uma longa e recheada carreira...
[Fonte: Luísa Sequeira]
ver também:
https://www.youtube.com/watch?v=pskD9sJxpgI