“Nesse ano o carapau não deu à costa. João da Murtosa falava do destino, do dinheiro e de gozar a vida. Eles atiravam-se às ondas nos seus barcos de meia-lua e brincavam, às vezes parecia um circo na praia. Era a história de um grupo que o mar unia. Eram vidas que tinham dado muitas voltas. E foi o último ano em que trabalharam com duas juntas de bois. A arte xávega foi a grande faina dos areais da costa centro e norte de Portugal. No fim do século XIX havia mais de sete mil homens e mulheres a trabalhar nesta pesca. Depois estas empresas foram a falência. Então, passados uns anos, homens como João da Murtosa mandaram fazer barcos menores e voltaram a tentar...”