Hidroavião Infante Sagres a sobrevoar a baía do Funchal

Chegada dos Aviadores Moreira de Campos e Neves Ferreira ao Funchal (1926)

N/C

Documentário  

Realização:  ·  Manuel Luís Vieira

A realização da viagem aérea entre o continente português e as suas Ilhas Adjacentes, como então se chamavam à Madeira e aos Açores, inscreve-se no ciclo da “aviação heroica” da Marinha Portuguesa, inaugurada em 1920 com um voo de ensaio à Madeira e que culminaria na travessia do Atlântico Sul, em 1922, por Gago Coutinho e Sacadura Cabral.
Desde então, os sonhos acalentados por este último oficial da Marinha Portuguesa quanto à realização de uma viagem aérea de circum-navegação que repetisse, pelo ar, o feito do navegador português Fernão de Magalhães de há 400 anos, terminariam ingloriamente por falta dos necessários apoios técnicos e materiais, vindo o próprio Sacadura Cabral a desaparecer prematuramente nos mares do Norte, a 15 de novembro de 1924. O aparelho que pilotava então na viagem entre Ames terdão e Lisboa – um Fokker 4146 – era um dos cinco que haviam sido adquiridos por subscrição pública para uma projetada viagem à Índia que não chegaria a realizar.
É pois neste contexto heroico, marcado pela mística cabralina, que se inscreve a viagem preparada pelos Serviços da Aeronáutica Naval, então dirigidos pelo Capitão de Mar-e-Guerra Aires de Sousa. Ao comando da aeronave Fokker T. III, que receberia o significativo nome de Infante de Sagres, estavam dois jovens Segundos-Tenentes da aviação naval: João Moreira de Campos e José Neves Ferreira, este último um filho da terra, natural de Ponta Delgada e ambos formados pelo Centro de Aviação Naval do Bom Sucesso. A travessia que estava projetada para quatro dias, com partida a 20 de abril diretamente para o Funchal, viagem no dia seguinte da Madeira para Ponta Delgada, seguida de passagem por Angra e Horta e regresso a Lisboa, via Ponta Delgada ou Funchal, demoraria, afinal, mais de quinze dias a completar e os voos para Angra e Horta acabariam por ser cancelados. Crescia a ansiedade à medida que se somavam as peripécias da aventura aérea, com amaragens forçadas, rebocagens para terra, falta de combustível, mau tempo e avarias inesperadas.
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[Fonte: Isabel Soares de Albergaria in ATLantida revista de cultura]

[Imagem de abertura:
Hidroavião "Infante Sagres" a sobrevoar a baía do Funchal
Da reportagem fotográfica realizada pelo Atelier Perestrellos Photographos em 1926-04-22
e patente no Museu de Fotografia da Madeira - Atelier Vicente’s]

Equipa

Imagens [#5]:
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    hidroavião "Infante Sagres" após a amaragem, na baía do Funchal

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    Amarração do hidroavião "Infante Sagres" a uma lancha

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    Hidroavião "Infante de Sagres", na baía do Funchal

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    Condução dos aviadores à casa do presidente da Câmara de Santa Cruz

Dados Técnicos:
P/B | sem som | 35 mm |

Outras informações:
Desconhece-se o paradeiro de qualquer material fílmico deste documentário

Agradecemos a Joaquim Moreira de Campos o envio do ensaio da Prof. Isabel Soares de Albergaria, Professora Auxiliar da Universidade dos Açores/CHAM - “A chegada dos Aviadores” crónica visual por Domingos Rebelo.