Tiago é um aluno repetente, finalista do ensino secundário. Apesar de apelar ao divino, vai novamente chumbar o ano. Entre mentir à benevolente mãe e ceder à tentação de uma viagem com a namorada, Tiago vai ter de tomar decisões. Talvez Tiago não seja um caso perdido.

"Quando tive o desejo primodial de fazer o “Rei Inútil” pensei num jovem rapaz resistente numa cidade, que é a minha, cada vez mais deserta de habitantes. Nesta cidade, que muitos consideram alegre – sobretudo os turistas -, este rapaz melancólico iria confrontar-se com o que sobrava: jardins e os seus animais, estátuas de poetas mortos, igrejas sem fiéis. E ele, com os seus pequenos problemas, defronte da monumentalidade da cidade (uma monumentalidade pequenina, que Lisboa não é Berlim). Relação de escalas, portanto. O corpo vivo e a estátua ou a vida mundana discutida com o mais alto poder espiritual.
Depois o filme embalou-me por outros caminhos, e eu fui."
[Telmo Churro]